quinta-feira, 27 de maio de 2010

Alguem sabe explicar (II) / Regime de Medo

Bem, como já disse aqui em um outro Post meu, é fantástico a forma como as pessoas acabam fugindo do olhar, ou mesmo desviando o olhar de conhecidos para ‘passar despercebido’

Mas, como fazer algo assim, em uma cidade que te oferece justamente o oposto? (Ou quase isso). Onde as pessoas te encaram nos olhos, como se todas as pessoas buscassem alguma coisa em você. Seja lá o que for que buscam, carinho, alguém com quem se identificar, um amigo, etc.

Mas, com todas as cicatrizes que todos carregamos, agora eu também começo a duvidar da pureza de todos. Hoje estou olhando com os olhos que quem acabou de passar por um susto, então, tudo que vejo é medo. E será que essas pessoas também estão nessa? Será que elas viam a coragem louca que eu e algumas pessoas carregamos no olhar. Querendo um pouco dessa força, estranhando de verdade aquele brilho no olhar que alguns levam consigo, ou será que essas pessoas esperam que os outros sintam pena de seu sofrimento e sinta pena, ou dó delas ?

Sofrer todos sofremos, e agora, eu também tenho medo, estou olhando pros lados quase assustado (ta bom, não to me Hagando de medo assim também, mas olho pras pessoas que me cercam, conferindo se existe algum risco iminente a me espreitar pra que eu possa fugir também, enfim), tenho apreensão de sair de casa, afinal tudo lá fora é um perigo. Ser assaltado, a sensação de impotência que se sente. Lutar para conseguir alguns poucos bens, e em poucos segundos isso nos ser tomado de forma fria. A falta de segurança que isso acarreta a nós, é triste! Porém, quais são as outras alternativas que nos restam? Nos trancar em casa -não parece uma boa saída (com direito a piada infame)- Reagir ao assalto? É perigoso, mas é uma saída. Por sorte, tudo pode dar bem e não levarem nada, mas e o peso que nos decai sobre os ombros também é muito cruel. Talvez não seja a mesma situação de impotência, afinal, não levaram nada, não foi um assalto bem sucedido. Mas, e o medo de reencontrar com aqueles mesmos assaltantes? De ser reconhecido por eles, de uma vingança? Sair de casa, é um terror. E eu digo isso, pois estou passando por isso. Isso aconteceu comigo!

Então, como encarar o mundo em que, tudo é um risco?

Como no post que tem uma leve co-relação com esse, já que agora eu ampliei o campo e coloquei como é a relação das pessoas na cidade onde moro (que é uma cidade pequena) se alguém realmente souber explicar, me digam: Como viver em uma sociedade em que vivemos o tempo inteiro sobre um rigoroso Regime de Medo ?


Thiago Couto

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Ponto de Incoerência

Muitas são as surpresas que temos todos os dias..

Uma pessoa que em um ambiente sério, ousa ser diferente. Uma garota que lutou por sua independência e que tempos depois opta por ser dona de casa e mãe de família. Um cara que luta incansavelmente para conseguir um bom emprego ou passar em um bom vestibular e depois chuta o balde e passa a se dedicar ao que sempre gostou, que pode não ter a menor ligação com tudo que ele vinha fazendo até então.. e a vida segue assim, sempre tendendo a incoerência.

E então nos deparamos com momentos em que, no meio da nossa convivência social, no meio da nossa ética. Chega aquele ponto crucial em que, ficamos de frente com a questão: Ajudar quem sempre nos desprezou ?

Dar uma segunda chance a aquela pessoa que, quando você quis ela, ela não te quis, mas que agora o jogo virou, e ela que te quer, e você já não sabe mais se quer ou se já está em outra ?

Ajudar aquele colega de turma que nunca foi lá muito simpático com você, mas que no meio da confusão que é fazer uma prova, você avisa a ele que ele iria errar uma questão ? (Fiz isso recentemente. Kkkk’)

Enfim, ajudar aquela pessoa que nunca foi legal com você? Isso é ser nobre, ou é burrice ?

Aqui se faz, aqui se paga ? Bem, essa deve ser o que passa na cabeça de alguém que é vingativo. E nada mais justo, gostar de quem gosta de nós, e se a pessoa teve tantas chances de acertar com a gente, porque nós temos que fazer o certo com eles ? Sempre ?

Bem, de minha parte, Porque assim eu fui criado. Pra fazer o certo, independente de o quanto isso for difícil. Não consigo me lembrar de quem é a frase, nem se está correta dessa forma, mas me lembro de uma frase que diz mais ou menos assim: “estamos nesse mundo para fazer o bem para os outros, o que os outros estão fazendo aqui, eu não sei”.

Até porque, quantas vezes já nos surpreendemos com algumas pessoas, naquele momento em que, uma pessoa que você nunca imaginaria que iria fazer algo por você, justamente essa pessoa é a única que te estende a mão e te ajuda.

E, como também já vi em algum lugar antes (droga de memória ruim), é muito fácil ser bom em meio aos bons, e muito fácil ser mau em meio aos maus. Mas é muito difícil ser bom em meio aos maus.

Pra quem gosta de um desafio, que tal esse ?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Efeito Bolha

Opa, Voltei, e dessa vez pra falar.. não de quando você não tem forças, mas de quando você já não quer mais lutar

Quando você se entrega e entra em estado de ‘bolha’, distante do mundo. Não que você não ligue pro mundo ou que o mundo não ligue para você. Mas parece que foi construído uma muralha entre o mundo e você

Agora, quem construiu esse muro? Você, ou o mundo ?

A minha historia foi assim. Em pleno ensino médio, 3º ano. Pressão de todos os lados, família, escola, vestibular, amigos, a juventude, curtir a vida, e no meio disso tudo, eu. Pois bem, vou confessar, não é fácil segurar todas as pontas, e as vezes a corda arrebenta mesmo. Comigo foi no lado da escola. Eu ia todos os dias e não tinha o menor animo. A menor força para acompanhar as aulas, estudar.. e olha que, eu também sofria pela pressão do vestibular. Tudo que eu queria era dormir, pra que a vida passasse logo. (Ok, pode rir!) mas é a pura verdade. Eu me encontrava sem chão, e sem saber pra onde ir. Ou melhor, eu não fazia idéia de COMO ir. Sabia que tinha que estudar pro vestibular, sabia que tinha que me formar. Afinal, isso hoje não é mais nem o mínimo exigido, é o básico do básico. Mas então eu me encontrava nessa, sem saber como me ajudar. Realmente funcionava, eu via os dias, o tempo passando e eu mal percebia isso. Triste porque não iria ser aprovado em nenhum vestibular porque eu não havia me preparado em nada. Malmal levava a escola na manha, e olhe lá !

É, minha história não é nenhuma espécie de épico, e não tem exatamente um momento em que tudo se revolucionou. Mas o tempo foi passando e eu fui criando forças, me levantando e conquistando meu lugar, meu espaço. Se bem que, depois de um tempo eu percebi, que eu sempre tive aquele meu espaço, que eu sempre havia me preparado não só pra aquele momento de provação, mas pra muitas coisas. Me preparei pra ser alguém melhor, e desde sempre. Sempre fui ligado com minha fé (mesmo não necessariamente tendo que me vincular a nenhuma religião, mas confiando em minhas crenças), sempre li, sempre tentei manter um nível razoável de amigos, não só pra não me sentir sozinho, mas pra saber que eu tenho com quem contar (mesmo tendo me estrepado algumas vezes com alguns, mas isso me deu forças pra ser melhor ainda com quem é ou não meu amigo, mas tudo bem).

Pois bem, é incrível, mas em minha escola, foi feita uma ultra revisão de 2 semanas antes do período de vestibulares. E, aí a historia foi totalmente o contrario. Eu era quase o único que não deixou de freqüentar as aulas-revisões e, por incrível que pareça, aprendi muito, muito mesmo nesse período sobre a matéria da escola pro vestibular. E acabei me saindo bem!

Agora reparem: Sim, me bateu um desanimo avassalador. Sim, eu queria algo ou alguém que me ajudasse a sair daquela fossa. Mas, em momento algum eu desisti, entreguei os pontos por inteiro. Eu mantinha minha fé em alguma coisa. E começo a pesar que é assim com muitas, muitas pessoas mesmo. O desanimo bate, a vontade de se entregar bate, mas poucas são as que perdem a fé.

E que quando as pessoas acabam se apegando em algo que eles pensam ser uma boa forma de escapar, é somente isso, uma forma de escapar, de amenizar o sofrimento. Mas que muitas vezes acaba funcionando não por muito tempo.

Então, penso que esses momentos acabam sendo a resposta de sua fuga.

Iai, vai continuar fugindo? Ou vai enfrentar o problema de frente ?

Prefere sofrer por estar fugindo, ou vai tentar enfrentar a vida de frente dessa vez ? Claro, as duas opções não dispensam um pouco de entrega e sofrimento (talvez), mas qual você vai pagar com felicidade ?



Thiago Couto

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tudo Passa (?) II

Pegando carona nessa calda de cometa, Então eu volto pra rebater o Tudo Passa, Porém agora mostrando um lado mais restrito, extenso, indefinido, complexo, sei lá, entenda como quiser. Falar sobre o Amor.

Quem conhece, quem se lembra de uma musica do 1º CD de Marjorie Estiano, que se chama TUDO PASSA ?

Pois bem, essa musica é a ultima do CD e não me surpreende que poucas pessoas a conheçam, já que ela não acabou se tornando uma musica popular e difundida, Mas em meio a melodia calma e com sons naturais como canto de passarinhos, a poesia da musica é realmente encantadora (e pra quem puder eu até recomendo ouvi-la ). E em meio a poesia dessa musica tem um trecho em que ela diz assim:

“O tempo passa e com ele passa a dor, Pois tudo passa até o amor..”

Poxa, mas será realmente assim a forma como as coisas funcionam ?

Eu cheguei a pensar que esse era um momento de desilusão do autor, e que claro, a liberdade poética permite exageros, mas e se não for apenas isso ?

Por um lado, podemos sim pensar que tudo tende a concordar com isso. Tudo passa, até o amor.

Por exemplo, quando somos Jovens, e ao olhar pra trás diga: você não já se apaixonou tão perdidamente, que queria gritar pro mundo que amava alguém, mas que depois que essa história acabou, você simplesmente esqueceu disso? Por mais que no momento em que terminou você possa ter sofrido, um mês depois você já estava bem.

- Curioso não?

Ou quando você declarou para uma amiga que seriam amigas para sempre!

Hoje eu vejo muitas pessoas falarem isso, mas que depois de um tempo, não tem mais a cara de olhar para a antiga amiga e se encontrar ali naquela pessoa.

Então, o pra sempre, sempre acaba ? (Cássia Eller)

Ou nossas relações é que são mesmo de papel ? e simplesmente rasgam e acaba assim ?

Existe o amor de amigos, isso eu sei! Mas, se chega ao fim assim, posso dizer que não era amor, posso ?

Então tudo está fadado a não durar ?

Ou será que essas são apenas historias que terminaram mal, e existem outras que realmente podem ser para sempre?

Um exemplo disso são os autores que participaram do movimento Romantismo, com a ocorrência do mal do século, onde eles diziam: é preferível morrer a sofrer de amor. Daí eles se matavam em nome daquele amor que seria algo insuperável e que é eterno. Mas, penso que, o tempo não curaria essa mágoa, e traria um novo amor ?

Outro exemplo que eu acho muito digno também é o do cantor Roberto Carlos. Pois bem, suponho eu que ele deve ter vivido lá seus tantos romances e inúmeros relacionamentos, porém hoje ele afirma que Maria Rita foi a mulher da sua vida, e que o amor dele por ela é tão infinito, que nem a morte dela (que ocorreu a alguns anos já) chega a anular o que ele sentia e ainda sente.

Me questiono se, depois desse tempo, ele ainda pensa tanto nela quanto antes, e que nenhuma outra pessoa poderia ocupar aquele lugar ao seu lado.

É, eu quero acreditar que não. Que o amor de Robertão é realmente incondicional, e que o amor pode sim ser maior até que o tempo.

Eu quero acreditar, mas nada impede que eu ainda mantenha minhas duvidas, então será que até o amor passa, tudo realmente passa ?

Thiago Couto

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Alguém sabe explicar ?

Bem, essa é uma pergunta que já bateu em minha cabeça em alguns momentos. Como é engraçado e curioso a forma como as pessoas se comportam de algumas formas.

Torço pra que eu esteja certo, mas digam, vocês em algum momento já se perceberam em algum lugar e deparam com alguém, algum conhecido seu, e sem nenhum motivo aparente, busca evitar o olhar dessa pessoa, tenta de algumas formas fugir, se esconder e passar despercebido ?

Então, alguém sabe explicar, porque ?

Bem, com isso a gente pode perceber que, é incrível como as pessoas tem uma espécie de tendência a abaixar a cabeça, ou desviar o olhar, mas não conseguem encarar a pessoa de frente, plantar um sorriso no rosto e dizer o mais simples - Oi, Tudo bem?

( e, olha que depois de muito tempo, eu descobri que cumprimentar dessa forma não é necessariamente uma forma de puxar papo, mas de simplesmente demonstrar atenção quanto a pessoa – até porque, nunca sabemos o que a pessoa está passando, então, se for por um momento difícil, até esse simples Oi, possa ser tudo que ela precise ouvir. E se a conversa render a partir daí, Poxa, que sorte! )

Pois bem, essa é uma das perguntas que pra mim, ainda falta uma resposta concreta. Mas,se alguém souber me explicar, digam, porque as pessoas acabam se comportando assim ?

terça-feira, 4 de maio de 2010

Tudo Passa (?)

x

É como quando você é Pequeno e entra em uma loja de Brinquedos.. e invariavelmente seus Olhos batem e Brilham logo pelo Brinquedo que está no alto, Aquele brinquedo que quase sempre é Justamente o mais caro. Aquele que você sabe que Pode nunca Conseguir.. E Assim, a Vida segue para Dois rumos.. Em um, Você não Consegue aquele Brinquedo e Segue sua Vida.. O outro é que Mesmo se um dia você Batalhar e conseguir o Brinquedo.. Logo ele fica Chato, perde a Graça.. e mesmo sendo um Brinquedo de Coleção.. é Deixado de Lado.. Porque a Vida, ela Segue.. de qualquer modo. Tudo passa.

x
Esse texto eu escrevi a algum tempo, e foi meu ‘quem sou eu’ do Orkut. O propósito inicial era analisar o quanto às vezes pode ser pequeno o motivo da nossa dor. E mesmo assim, ainda nos entregamos a esse sofrimento sem refletir muito. E da mesma forma, a felicidade vem de picos de satisfação, mas ainda assim, é muito insegura.
Pensando nisso, eu me lembrei do caso do Chico Xavier que escreveu sob a cabeceira de sua cama ISSO TAMBÉM VAI PASSAR. Ele disse que da mesma forma como nossos momentos felizes passam, nossos momentos infelizes também passam. Mesmo às vezes esse parecendo insustentável em sua dor. Mas se somos fortes pra sustentar, somos fortes também para superar, Não ?
Se Tudo passa, pessoalmente, eu penso que sim. Mas, nenhuma verdade é impassível de erros. Então, fica aberto a discussão. E você, acredita (ou não) que Tudo passa ?

^^,
Thiago Couto

Fidelidade - Liberdade – Lealdade

Começar uma jornada não é das coisas mais fáceis a se fazer.. sorte de quem pode ter uma base pra poder dar o primeiro passo. Não que eu necessariamente me enquadre nisso, mas.. revirando em minhas anotações, acabei encontrando um pequeno texto, de quando eu virava pra meus amigos, e os fazia de cobaias, pra minha idéias malucas, em que eu pedia a opinião deles sobre coisas aleatórias. Dessa vez foi o seguinte questionamento:

Faça um elo entre Fidelidade - Liberdade – Lealdade

O lado bom de perguntar.. é que você escuta das mais diversas opiniões, e acaba formando uma opinião própria e, com sorte, mais ampla.

No final das contas, de tudo, acabei tendo a seguinte visão:

Por algum motivo, a Fidelidade envolve todo um sentimento de posse; Isso se mostra desde quando as pessoas dizem: -Este é o MEU namorado... – Este é o MEU amigo.. Fica mais fácil de ver essa posse, que torna muitas vezes absurda quando o homem olha para outra mulher.. ou quando acontece alguma “traição” na relação..

Por outro lado, com a Lealdade, a liberdade fica mais assegurada, já que você está com a pessoa ao seu lado porque de fato gosta e respeita a liberdade e o espaço da outra pessoa.

Um bom exemplo é o cachorro, que quando ele sai da sua casa.. por mais que ele conheça outros caminhos, por mais que ele veja outras paisagens, por mais que ele consiga ver casas maiores e melhores que a sua.. ele sempre volta para casa, com a mesma alegria e felicidade de rever o seu dono.

Na teoria, é uma coisa realmente bela e encantadora pensar assim. Mas saberíamos agir desse modo? Ou já fomos tão condicionados a exigir Fidelidade, que não conseguimos agir com Lealdade nos nossos relacionamentos ?

Fica a interrogação no Ar..

^^,

Thiago Couto